Quais as mudanças na carga horária do Novo Ensino Médio?

A Reforma do Ensino Médio surgiu a partir da necessidade de ter uma escola mais conectada com as demandas dos estudantes da geração atual. O modelo instituído pela Lei nº13.415/2017 altera as Diretrizes e Bases da Educação Nacional e se destaca pela carga horária do Novo Ensino Médio, que trouxe flexibilidade para a organização curricular.
Além disso, as escolas terão que seguir um currículo comum obrigatório determinado pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). As disciplinas tradicionais foram transformadas em itinerários formativos e permitem que os alunos escolham em quais áreas desejam se aprofundar. Também existe a possibilidade de obter uma formação técnica, que ajuda a preparar os jovens para o mercado de trabalho.
Atentar-se para os detalhes envolvendo a nova carga horária a ser implementada é fundamental para preparar a sua instituição de ensino para as mudanças da nova proposta de ensino. Quer saber mais? Neste post, vamos esclarecer todas as suas dúvidas. Confira!
O que você vai encontrar nesse artigo:
Quais são as expectativas do Novo Ensino Médio?
Há alguns anos a educação brasileira vem dando sinais de que necessita mudar, o que se deve, principalmente, pelos índices alarmantes de evasão escolar. Muitos jovens abandonam os estudos por conta dos obstáculos e dificuldades enfrentados no processo de aprendizagem. Assim, um dos maiores desafios das escolas é tornar o ensino mais atrativo, a fim de aumentar o engajamento dos estudantes.
Levando isso em consideração, a proposta do Novo Ensino Médio é adequar-se ao perfil da nova geração, que se envolve mais com os assuntos que realmente lhe interessam. Isso porque possibilita aos alunos escolher as disciplinas que são do seu interesse, o que ajuda a engajá-los, uma vez que passam a se dedicar aos conteúdos com os quais apresentam mais afinidade.
Com a opção de organizar a sua rotina de estudos, horários pré-determinados e professores capacitados à disposição, os estudantes tendem a não procrastinar ou faltar às aulas, e elevam o rendimento nos trabalhos e provas aplicadas. A instituição de ensino também poderá identificar uma sensível melhora na sua performance.
Outra expectativa do novo modelo é fazer com que o aluno saia do Ensino Médio preparado para o mercado de trabalho. Segundo um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), seis a cada 10 jovens que finalizam o Ensino Médio não vão para a faculdade e seguem direto para o mercado de trabalho. O problema é que iniciam a sua vida profissional sem ter nenhum preparo ou qualificação — fator que dificulta a sua admissão e ascensão nas empresas.
Por meio de uma grade curricular adequada ao seu interesse e da formação técnica que passa a ser oferecida nas escolas, os adolescentes podem sair da escola mais bem preparados e qualificados para conseguir o primeiro emprego. Com uma vida estruturada e ganhando melhores salários, têm mais chances de investir no ensino superior.
Quais são as mudanças promovidas na carga horária do Novo Ensino Médio?
O projeto do Novo Ensino Médio não só propõe a reestruturação do segmento, como também aumenta a qualidade do ensino, tendo como base o interesse dos jovens, as demandas da sociedade atual e o dinamismo proporcionado pelas novas tecnologias. É dever das escolas colocar em prática as medidas da reforma até o início de 2022, e para isso é necessário entender como funcionam as novas alterações. Saiba, abaixo, quais são elas.
Ampliação da carga horária
Se antes a antiga carga horária do Ensino Médio era de 2.400 horas, agora será de 3.000 horas, sendo que 1.800 horas serão destinadas para as aprendizagens comuns e obrigatórias previstas pela BNCC, e as 1.200 horas são voltadas para o itinerário formativo.
Tempo integral
De forma progressiva, todas as escolas deverão aderir ao tempo integral, com uma carga horária de 1400 horas anuais, o que consiste em 7 horas diárias. A ideia é que o aluno ganhe mais tempo para estudar e participar de projetos, oficinas e práticas esportivas, sempre com o apoio de profissionais devidamente capacitados.
Aprendizagens obrigatórias
Devido ao fato de permitir que o aluno escolha as áreas as quais deseja se aprofundar, muita gente pensa que o novo modelo de ensino pode acabar excluindo as disciplinas tradicionais. No entanto, não é bem assim, pois a proposta estabelece disciplinas obrigatórias, como educação física, sociologia, arte, filosofia, português, inglês e matemática, sendo que as três últimas são estudadas nos três anos de formação.
Itinerário formativo
Basicamente, os itinerários formativos se caracterizam como o conjunto de disciplinas, núcleos de estudos, projetos e oficinas disponibilizados para os estudantes. Há quatro grupos de itinerários, são eles:
- Linguagens e suas Tecnologias;
- Matemática e suas Tecnologias;
- Ciências da Natureza e suas Tecnologias;
- Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
O aluno tem autonomia para escolher uma ou mais áreas para se aprofundar no decorrer do ano, o que também inclui a formação técnica e profissional. É importante ressaltar que a escolha do discente é feita de forma responsável, com a orientação dos educadores, que os ajudam a tomar uma decisão condizente com os seus interesses e aptidões.
Ensino técnico
Para cursar uma formação técnica era necessário que o estudante cumprisse 1.200 horas, mais 2.400 horas regulares do Ensino Médio. Na nova proposta, o jovem pode incluir o curso técnico dentro do ensino regular, que poderá ser feito na escola ou em uma instituição de ensino parceira. Ao fim do ciclo de três anos, o aluno recebe um certificado do Ensino Médio e outro da formação técnica.
Como a escola deve se planejar para o novo modelo de ensino?
Lidar com as novas diretrizes do Ensino Médio é um grande desafio para as escolas, exigindo um grande preparo do diretor e dos educadores, além da revisão da estrutura de ensino. Em primeiro lugar, é preciso fazer um estudo da situação atual da instituição e os seus processos de aprendizagem, o que possibilita a identificação do que deve ser adequado ao modelo proposto.
É fundamental oferecer mecanismos e treinamentos para a capacitação e adequação dos professores para que entendam como funciona o Novo Ensino Médio e, assim, possam conduzir as aulas da melhor forma possível, além de desenvolver as competências necessárias para orientar os alunos sobre a escolha dos itinerários formativos.
Por último, a escola tem que investir em materiais didáticos que estejam de acordo com a nova realidade do ensino. A elaboração desse conteúdo deve ser cautelosa, uma vez que servirá de suporte para o processo aprendizagem. Nesse contexto, também é recomendado adquirir ferramentas tecnológicas que facilitem a migração da antiga para a nova proposta, tanto para instituição quanto para os discentes.
Sem dúvidas, a carga horária do Novo Ensino Médio impacta toda a comunidade escolar e tem como finalidade modernizar a educação. Com isso, se aproxima do perfil e necessidades do aluno contemporâneo, fazendo com que tenha uma formação voltada para os seus interesses e que abra portas no mercado de trabalho.
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